Meu nome é Thaís e hoje eu acordei com saudades do Porto. Confesso!
Abri o olho e imediatamente pensei "todo cais é uma saudade de pedra". E isso é puro Porto.
Mas pensando bem, não é só do Porto, é de estar por aí... mochila nas costas, passaporte na mão, inglês, espanhol e francês na ponta da língua.
Fazendo uma application por ai (nesse mundão online), tinha que indicar um link que tem a ver comigo. E acabei chegando aqui. E como é bom reler essas histórias... até esqueci de terminar o formulário. E como fico pensando que eu devia sentar e escrever tantas outras...
Enfim, acabei lembrando que o primeiro dia do Porto, teve uma história escrita. E, me desculpem Túlio e Diogo, tive que publicar (na íntegra, sem revisões), na reabertura desse blog!!
Boa viagem!
Terça-feira, 13 de
fevereiro de 2007
Antes, rola um flashback (lê-se também: “bundinha do diogo”, para os BRO
entendedores). Tudo teve início quando em uma conversa informal entre amigos,
nós três planejamos um dia atravessar o velho mundo com uma mochila nas costas
e muita coragem no peito. Contudo, contra a nossa vontade, esses planos
pareciam cada vez mais distantes, pois além de todas as contravenções que nos
impediam... PORRA, UM euro é três real fí... FODA!
Mas, entretanto, no entanto, contudo e todavia, a UFU milagrosamente
junto a uns lusitanos pra lá de portugueses, de uma desconhecida Universidade
do Porto, firmaram um lindo acordo de “mobilidade internacional”, que mostrou
luz no fim do túnel a essas in-felizes criaturas \o/\o/\o/.
Thaís, como toda mocinha, foi a primeira a saber dessa possibilidade e
logo nos contou tal novidade, para que enfim realizássemos nosso sonho. Assim
sendo, fizemos nossa inscrição certos de uma resposta breve e achando que tudo
seria simples e bonitinho. Mas, tal resposta não chegou, e enquanto
esperávamos, comemoramos natal e pulamos
um ano inteiro em sete ondinhas, e acabamos esquecendo dos planos de outrora.
Dois meses depois, lá pelo começo de janeiro, o telefone toca e a Mayta (já, já,
será apresentada) confirma o sucesso da nossa proposta de inscrição (do quê
mesmo? Ah é... Portugal) na UP. A partir desse dia, tudo que era lindo e
esquecido, ficou corrido, suado e no sufoco e apertado. Você consegue tirar seu
passaporte, um visto de estudo, seguro de saúde internacional, passagem,
carteirinhas de estudante, comprar as roupas e ainda se despedir de meia
Uberlândia, tendo que ir a Belo Horizonte por um fim de semana em uma estrada
que tinha desvio do desvio e alguns buracos nos buracos e com asfalto
atrapalhando os buracos em menos de um mês? Ah... sem tirar o fato de estarmos
ainda em aula e ao mesmo tempo antecipando o nosso fim de semestre. Provas,
trabalhos e similares, pra que bobo? Coisa atôa... você faz nas madrugadas
vazias!
E foi em meio a correria e falta de noites bem dormidas (dormidas? O
Elvis que o diga) que confirmamos nossa vinda, e garantimos seis meses em um
mundo mais antigo que o mundo. Cara... aqui tem cadeiras e cupins mais velhos
que o Brasil! IMAGINA SÓ!?!
Tá, esse foi o mês que antecedeu a grande jornada. Enfim, chegamos ao
dia 13 de fevereiro, mais precisamente às 7:00 da manhã, no aeroporto
intermunicipal de Uberlândia, nós e mais uma penca de trouxa (os quais amamos muito)
que tiveram o bom coração de acordar tão cedo pra um último abraço por um bom
tempo. Abraços, beijos, fotos (alguém ensina a Sandra fotografar!?!), choro,
melancolia (nessa hora tocou Simple Plan... chuta que é EMO), conselhos (Povo:
- Thaís, cuida desses meninos direitinho, tá?) e até um xuxu pro Túlio marcaram presença. O tempo estava ótimo em Uberlândia. Oito
e meia embarcamos, era um 1113, motor mercedes, carroceria da Marco Polo e da
Nacional Expresso! Isso mesmo, era um ônibus (como toda viagem internacional
começa, principalmente ao Paraguay). O clima em Uberlândia estava tão fechado
que tivemos que fazer uma conexão rodoviária com Uberaba para podermos embarcar
até São Paulo. A viagem até Uberaba, como sempre, foi interminável e tranqüila.
Em Uberaba rapidamente embarcamos rumo a Congonhas, e dali partimos para
Guarulhos. No aeroporto, após fazer o check-in e os dois garanhões aqui ganhar
todo o charme da comissária de chão da TAP, Luíz, que é papai da Thaís, nos acompanhou
a uma última Pizza Hut em território nacional, a qual comemos de graça, pois
esperar mais de 40 minutos uma pizza e ainda ter carteirinha de desconto e um
empresário na jogada é um a zero pro freguês. Gooooooooooool!
Pouco tempo depois, uma fila, um detector de metais com direito a
raio-x, um escocês a caráter, um perfume, um cancelamento de celular, uma
senhora simpática a caminho de Miami, e despedidas no orelhão, embarcamos no
vôo TP192 rumo a Porto. No corredor de embarque descobrimos que o lusitano
projeto de intercâmbio não se limitava a Universidade, e se estendia a todas as
outras universidades de nosso país. Ali mesmo no corredor, além do Augusto que
se juntou a gente, conhecemos a Gabriela, que faz direito na Mackenzie e ainda
é namorada do filho do amigo do Serra. Muinta treta, mano!
O Airbus da TAP é uma gracinha. Tinha até telinha que passava filminhos
pra distrair. Mas as poltronas da classe z não eram nada convidativas e fizemos
uma viagem em estilo sardinha: unidos venceremos. O Sr. Rodrigo e seu
companheiro Lobo foram bastante prestativos e bem humorados durante todo o vôo
e nos serviram muito bem, até durante a madrugada (mas pensamos que essa era
exatamente a função deles... ou não!?!). O Diogo
conseguiu até uma faquinha da TAP de lembrancinha... e de metal! E assim foram
9h:50m de viagem atravessando o Atlântico, assistindo filmes e tentando dormir
até pousarmos no Porto, já na quarta-feira, bem pela manhã.
Hasta babys!
Beijos e Abraços, Thaty
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